quinta-feira, 12 de novembro de 2009

NO PARÁ E NA BAHIA DILMA TERÁ DOIS PALANQUES‏

O que vale para o PMDB não vale para o PT?

" A Bahia não será o único estado em que o PMDB e o PT terão palanques separados para apoiar a candidatura a presidente da Ministra Dilma Rousseff. As direções dos partidos acertaram que o mesmo acontecerá no Pará. A governadora Ana Júlia (PT) é candidata a reeleição, mas não consegue se acertar com o deputado Jader Barbalho (PMDB). Ele pode ser candidato ao governo. Ainda será feito um esforço pela alianças. "(Nota publicada hoje na Coluna Panorama Político, do Jornal O Globo, pág. 2)

Comentário

Parece que o que vale para o PMDB em estados governados pelo PT, como a Bahia, do governador Jacques Vagner, e o Para, da governadora Ana Júlia, não vale para os petistas. Neles, o PMDB obteve significativa presença nas respectivas gestões estaduais, bastante superiores as que o PT do Rio detém no governo Sérgio Cabral, mas abre mão delas para a construção de um projeto próprio, visando ampliar sua influência sobre um possível governo federal, presidido pela ministra Dilma Rousseff.

Ainda no jornal O Globo de hoje, na mesma coluna, o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), forte candidato a vice presidente em aliança com o PT, declara porquê o seu partido vai apoiar a candidatura de Dilma Rousseff. " O PMDB tinha dois ministérios no governo Fernando Henrique. Não dava para sair para lançar candidato", lembra Temer ...."Veja bem, tínhamos dois ministérios, agora no governo Lula, temos sete, contando com Henrique Meirelles, presidente do Banco Central"

Logo, qual a justificativa para forçar o PT a apoiar a reeleição do governador Sérgio Cabral no Estado do Rio, quando tem em Lindberg Farias, prefeito reeleito de Nova Iguaçu (o segundo maior município da região metropolitana do estado) um candidato competitivo que pode influir de forma positiva no desempenho das bancadas estadual e federal do partido?

Fica a dúvida, se tal movimentação de apoio à Cabral - que, segundo fontes, está promovendo "caça as bruxas" aos petistas no governo favoráveis a candidatura própria- serve mais a preservação de espaços ocupados na máquina administrativa estadual e da capital, com vistas as eleições de 2010, uma tática eleitoral que reduz os palanques de Dilma Rousseff no estado, do que a defesa de uma certa leitura da política nacional do partido?

É fato que entrar num governo é fácil, o difícil é sair, haja vista a experiência do PT no governo Garotinho, do qual parcela do partido saiu pela "porta dos fundos". Diante dos fatos assinalados nesse comentário, o PMDB da Bahia e do Pará têm muito a ensinar a parcela de petistas fluminenses

O curioso é que salvo uma exceção ou outra, os protagonistas nas duas experiências são os mesmos, agrupados em torno da candidatura do deputado federal Luiz Sérgio à presidente estadual do PT, a qual o Palácio do Planalto já entrou em campo para tentar salvar, através de declaração de apoio do chefe de Gabinete do Presidente da República, Gilberto Carvalho. Esta, pelo menos, é a face visível desta "Operação Salvamento". Informações que chegam é que as hostes governistas estão com "os nervos a flor da pele". Sobrou altercação até para o petista Marcelo Sereno, presidente da Refinaria de Manguinhos, atacado pelo governador em reportagem da edição da semana passada na revista Isto É. Logo ele, até onde se tem notícia, um defensor do apoio à Cabral. O governador precisa ser melhor informado...

Mais curioso, ainda, é que enquanto a governadora Ana Júlia, militante da DS e do campo Mensagem ao Partido, parece desdenhar do apoio do PMDB e da relação que isso guarda com a leitura que se faz da política nacional do partido, uma parte dos seus congêneres do Rio, liderados pela mesma DS e pelo deputado federal, Jorge Bittar, cerram fileiras em torno da candidatura de Luis Sérgio e do apoio a reeleição de Sérgio Cabral, enquanto uma outra parte, que lançou o vereador de Niterói, Waldeck Carneiro a presidente estadual do PT, pelo menos nos debates do PED, dividida em relação ao apoio à Cabral e a candidatura própria, finge que esse debate não está ocorrendo no partido.

Talvez por isso, o candidato a presidente nacional do PT da Mensagem, José Eduardo Cardoso, em debate no Rio, optou por fugir do assunto - semelhante postura assumiu José Eduardo Dutra, candidato da CNB, mesma corrente de Luiz Sérgio -, enquanto as demais candidaturas, Iriny Lopes (Esquerda Socialista), Geraldo Magela (Movimento PT), Serge Goulart (Esquerda Marxista) e Markus Sokol (O Trabalho), preconizaram uma clara posição em defesa da candidatura própria.

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