É central eleger a Dilma, mas também governadores, senadores e deputados
Sintese da posição da chapa nacional Esquerda Socialista para a disputa o PED (nº 220)
A atual conjuntura é extremamente positiva, mas também extremamente preocupante para as forças de esquerda. A grande crise internacional desmoralizou o discurso neoliberal, contra o qual viemos combatendo nos últimos 30 anos. Mas ainda não se constituiu uma nova ordem internacional. Pelo contrário, prevalece uma enorme instabilidade.
Na América Latina, nunca houve tantos países governados pela esquerda e forças progressistas. Mas a direita está promovendo um contra-ataque, vide IV Frota, bases militares dos EUA, na Colômbia, golpe em Honduras, vitória da direita no Panamá e tentativas de derrotar esses setores no Uruguai (segundo turno em 29 de novembro), na Bolívia (6 de dezembro) e no Chile (13 de dezembro). No Brasil, nunca estivemos tão fortes (Lula, o governo, o PT). Mas tudo isto pode ser perdido em 2010.
Por isto mesmo, achamos que o centro da tática é vencer em 2010.. Mas o que é vencer em 2010?
Alguns acham que vencer em 2010 é somente eleger a Dilma. É decisivo eleger a Dilma. Elegê-la é condição necessária para concluir a superação do neoliberalismo (iniciada mas não terminada nestes 7 anos de governo Lula), é condição necessária para realizar as mudanças que o país precisa. Mas não é nem de longe condição suficiente.
Vencer em 2010, para esquerda socialista do PT, é eleger a Dilma mas também e, principalmente, criar as condições para que o terceiro mandato (agora com Dilma) seja melhor, seja mais mudancista, mais transformador, do que foram os dois mandatos de Lula.
Isto exigirá eleger Dilma, eleger mais governadores, mais senadores e deputados petistas, reforçar a aliança entre o PT, os partidos de esquerda e os movimentos sociais.
Isto exigirá, também, formular um programa de governo para 2011-2014 que não seja apenas desenvolvimentista, mas que seja desenvolvimentista democrático-´popular, ou seja, que aponte para a realização das reformas estruturais: agrária, urbana, democratização da comunicação, política, tributária, fim da ditadura do capital financeiro e da presença de personalidades como a do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles influenciando as escolhas macro-econômicas do país.
Isto exigirá, por fim, um partido com capacidade dirigente, firmeza ideológica, pensamento estratégico, vida democrática e muito vínculo com a mobilização social.
Chapa Esquerda Socialista - Iriny Lopes Presidenta do PT (nº 120)
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