domingo, 21 de fevereiro de 2010

PT: Voz e Vez do Trabalhador


PT: VOZ E VEZ DO TRABALHADOR. POR IVANIA RIBEIRO

Qua, 10 de Fevereiro de 2010




Foi em meio aos estridentes sons do bairro paulistano de Higienópolis, no Colégio Sion, que um grupo heterogêneo de lideranças políticas deu ponta-pé inicial a maior sigla de esquerda da América Latina. O Partido dos Trabalhadores (PT) nasceu assim, há 30 anos, a partir de movimentos de base populares e carregado de viés socialista. Durante estas três décadas, o partido ampliou – alguns setores até mesmo perderam suas bases – mas o cerne da estrela que representa os trabalhadores permanece o mesmo: atrelado aos sindicatos e movimentos sociais – tal qual como nasceu. A seguir, um artigo da professora e ex-vereadora macaense Ivania Ribeiro, petista histórica do Estado.

PT: VOZ E VEZ DO TRABALHADOR

Ivania Ribeiro(*)

O dia: 10 de fevereiro de 1980 O local: Colégio Sion (SP). O sonho: fazer o trabalhador intervir na vida social e política do País para transformá-las. Assim, nascia o Partido dos Trabalhadores (PT) com um projeto socialista, democrático e de massas que nunca foi monolítico. O PT nasceu do movimento operário, com apoio de intelectuais de esquerda e grupos eclesiais progressistas.

Caminhando lado a lado com os movimentos sociais e sindicais, o novo partido preocupava as elites conservadoras, pois conseguia conciliar nas frentes de luta duas gerações: figuras históricas como Apolônio de Carvalho, Antônio Cândido, Lélia Abramo, Sérgio Buarque de Hollanda e, por outro lado, jovens militantes que acompanhavam empolgados a derrota da ditadura militar.

Com o tempo, o PT foi assumindo papéis e espaços no Legislativo, nas Prefeituras, até chegar ao governo federal com uma liderança emblemática e ímpar: Luiz Inácio Lula da Silva, oriundo do movimento sindical, que soube contribuir para que o partido também ajudasse a superar a opressão de raça, gênero e classe.

No que diz respeito ao nosso município, o primeiro a organizar o PT no interior do Estado do Rio, três pessoas estavam à frente da comissão provisória, em 1980: os jornalistas José Milbs de Lacerda Gama e Euzébio Luiz da Costa Mello, além do micro-empresário Omir Rocha. Macaé,
como tantos municípios fluminenses, sofreu e sofre grande influência da política partidária da
capital que, muitas vezes, ignora a democracia de base, que deveria vigorar num partido democrático.

Já sofremos três intervenções do Diretório Regional, para que o PT apoiasse as candidaturas ou dirigentes mais interessantes para as políticas de aliança que sustentaram a chamada governabilidade.

Apesar dessa questão, Macaé nunca deixou de ter militantes que não aceitam ser transformados em cabos eleitorais fabricados pela política tradicional. Hoje, o desafio daqueles que conhecem o Estatuto, o Manifesto e o Programa do PT é continuar a lutar para que um partido comprometido com o combate à desigualdade social, étnica e de gênero faça a diferença, nessa conjuntura local onde predomina o nepotismo, o desgoverno e o mau uso da verba pública.

A palavra de ordem é resgatar a ética, priorizar os mais marginalizados e aprofundar a verdadeira participação popular. Foi para isso que o PT nasceu.


* Profª Ivânia Ribeiro foi vereador pelo PT em Macaé entre os anos 1993 a 1996. Atualmente, é vice-presidente do Sindicato dos Professores de Macaé e Região (Sinpro).

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