Jovem estende uma flor contra as baionetas em frente do Pentágono, durante protesto contra a guerra do Vietnâ, sw Marc Riboud (EUA-1967)
De Talles Adriano dos Reis
Para Página do MST
A Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), localizada em Guararema (SP), inaugurou nesta semana a exposição fotográfica “Mulheres em luta: 100 anos do 08 de março”, em comemoração aos 100 anos do dia internacional da mulher.
A exposição é composta por 10 fotos de diferentes momentos e de várias partes do mundo. Da revolução mexicana, presente com uma famosa foto de Tina Modotti de 1928, às ações das mulheres da Via Campesina, como a ocupação da ferrovia da Vale do Rio Doce em Minas Gerais ocorrida em 2008, as fotos registram anônimas lutadoras em momentos críticos de confronto e de rebeldia.
A foto de uma jovem estadunidense estendendo uma flor para uma fileira de policiais com baionetas em punho, durante uma manifestação contra a guerra do Vietnã nos EUA em 1967, expõe de forma direta e sutil um elemento central a todas as imagens: a contestação das injustiças sociais e o desejo e a luta por uma outra sociedade.
Um grande painel, que também compõe a exposição, exibe a foto de 150 mulheres militantes do movimento estudantil presas durante a realização do 30º Congresso de Ibiúna, em 1968.
Fotografadas no DOPS, pelos agentes da ditadura militar, muitas aproveitaram este momento de segundos para se expressarem através de um sorriso irônico, de uma expressão fechada e sempre encarando, de cabeça erguida, a máquina fotográfica do opressor. Depois de liberadas, muitas destas mulheres integraram grupos de resistência à ditadura e seriam brutalmente assassinadas pelos ditadores.
Cabeça, olho e coração
Como sintetiza o fotógrafo francês, pai do fotojornalismo, Henri Cartier-Bresson: “fotografar é colocar na mesma linha de mira a cabeça, o olho e o coração”. Suas fotografias sobre a revolução chinesa representam um marco do fotojornalismo político.
Esse é o sentido da exposição “Mulheres em luta”: através das imagens retratar momentos em que mulheres assumem para si tarefas históricas da classe.
A exposição está aberta a visitação pública aos sábados, das 8:00 às 11:00, porém é necessário agendar previamente as visitas por telefone (11-4062-1215) ou correio eletrônico (recepcao@enff.org.br).
O endereço da ENFF é Rua José Francisco Raposo, nº 1140, Bairro Parateí (no km 175,5 da Rodovia Dutra, sentido SP), Guararema, São Paulo.
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