Para valorizar a importância da biodiversidade na agricultura, está sendo desenvolvido um projeto de conservação e uso sustentável da diversidade biológica para melhorar a nutrição e garantir segurança alimentar no Brasil, Quênia, Sri Lanka e Turquia.
A ação terá como agências implementadoras o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e o centro internacional de pesquisas em recursos genéticos Bioversity International. Contará, ainda, com o apoio do Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF).
Além de ampliar o número das espécies utilizadas na alimentação e mitigar os problemas decorrentes da simplificação da dieta, a proposta busca o fortalecimento, a conservação e o manejo sustentável da agrobiodiversidade, especialmente por meio da ação conjugada de programas e estratégias já existentes relacionadas à segurança alimentar e nutricional desenvolvidas no Brasil, como o Fome Zero - o Programa de Aquisição de Alimentos -, e o Programa Nacional de Alimentação Escolar.
O diretor de Conservação da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, Bráulio Dias, esclarece que o programa possui três pontos principais: levantamento de informações técnicas sobre o valor nutricional de plantas nativas (que devem auxiliar instituições parceiras em compras públicas, alimentação escolar e outras áreas); promoção de capacitação e treinamento técnico para valorizar o aspecto nutricional de espécies locais; e a disseminação e divulgação destas informações para ajudar órgãos e instituições parceiras a incorporarem estes dados nos diferentes setores que desenvolvem políticas públicas.
De acordo com Danny Hunter, cientista sênior do Bioversity International, os quatro países apresentam regiões onde há fome e dietas muito simplificadas, de baixo valor nutricional. Ele explica que a intenção é promover a diversificação da base alimentar nestes locais e reavivar o interesse pela alimentação tradicional de cada nação. "Certas espécies nativas e tradicionais possuem valor nutricional mais elevado do que muitos cereais conhecidos, como arroz, batata e feijão", afirma.
Para a coordenadora de projetos de agrobiodiversidade do Pnuma, Marieta Sakalian, as nações participantes estão aptas a promover uma agricultura baseada na biodiversidade, que possibilite a diversificação e introdução de alimentos com alto potencial nutricional. "O Brasil, por exemplo, tem lições importantes para compartilhar com outros países do mundo, que podem aprender muito com os resultados deste projeto."
Nenhum comentário:
Postar um comentário